“Crash” se passa em dois dias na cidade de Los Angeles. Em meio a milhões de pessoas que circulam e vivem naquela cidade, Paul Haggis concentra sua história em amigos e famílias que moram tanto na periferia como na parte nobre da cidade.
Objetivando evidenciar o preconceito e a xenofobia existentes na maioria dos corações norte-americanos, Haggis mostra como o homem carrega em si falsidade e vilania, mas, também, coragem e bondade, podendo chegar de um extremo ao outro. A conclusão é única: não somos íntegros.
O filme é classificado como drama, mas não deixa de ser um “prato cheio” para quem gosta de explosões, tiros, perseguições e relacionamentos problemáticos. É lógico que não podemos nos esquecer dos problemas como racismo e ignorância. Aliás, Haggis traça uma geografia destes problemas e de como o homem tem verdadeira mania de criar estereótipos das pessoas.
O ritmo de “Crash” é perfeito. Tudo começa como se estivéssemos despertando para aquela realidade que se mostra mansa e lenta, mas que logo coloca suas garras para fora por meio de um grande flashback dos dois últimos dias.
O filme continua relativamente calmo, apresentando personagens que não têm nada em comum, exceto o fato de morarem na mesma cidade. E é aí que ficamos imaginando sobre como a história vai terminar e como todas essas pessoas vão se encontrar.
Existem cenas de tirar o fôlego e outras que nos fazem chorar com a personagem. A reflexão a respeito da condição humana, da ética e da verdade é uma constante.
O final da película não podia ser outro: saímos daquela cidade como testemunhas de como o homem se tornou individualista, porém sempre com pequenas ações nobres. O letreiro começa a subir e nem notamos que o filme acabou. Afinal, a trilha sonora também é outro ponto forte. As luzes se acendem e já estamos pensando: “Onde encontrar o CD?” Isso sem falar nas horas e horas de conversa com amigos, em uma mesa de bar, sobre os temas abordados no filme!
No entanto, como a insatisfação é uma característica humana, vai um defeito: o título do filme “Crash”, no meu ponto de vista, é meio vago e poderia muito bem ser substituído por “Touch” (Toque), que daria mais significado à história.
Enfim, o roteiro deve agradar a adolescentes e adultos, sendo mais um bom título para quem coleciona DVDs e para aqueles que sonham em começar sua coleção.
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